No meu caso não foi diferente.
- Mãezinha, teu bebê vai nascer com gastrosquise (blá,blá,blá...)
- Por que logo comigo?
Até que um dia ouvi da boca de uma conhecida minha:
- Rosi, já parou e pensou por que não seria contigo?
Era o que tava faltando para me calar. E aos poucos fui aceitando, me informando, compreendendo um pouco mais do assunto.
No tempo de internação da Juba, conheci vários casos, mas um em especial me chamou mais atenção. Vou contar resumidamente a história dela.
Quando fazia mais ou menos uma semana de internação ou já tava pirando, daí fui tomar uma água na salinha dos pais, e encontrei duas mães, a Joana e a Linda.
Comecei a conversar com elas, descobri que a Linda já estava a quase três meses no hospital e o que mais me impressionava era o sorriso no rosto dela.
A Natália (Bb dá Linda) nasceu com microcefalia (cérebro pequeno), ela era uma princesinha, as gurias chamavam ela de gorda, e ela era bem gordinha mesmo.
A cama dela ficava ao lado da cama da Júlia, então tive muito contato com o caso dela, acompanhava cada progresso, cada notícia boa ou ruim, cada mínimo detalhe.
Com o passar do tempo na UTI, nós começamos a entender melhor as coisas por lá, então eu já sabia quando ela estava bem ou não, e infelizmente muito desse tempo presenciei momentos ruins... E com tudo o que elas passaram eu acho que devo ter visto a Linda chorar tipo, umas duas vezes, no máximo.
Ela foi um exemplo para mim, ficou três meses e pouco lá e não faltou sequer um dia.
O que quero passar para vocês contando essa história, é que não adianta ficar se martirizando, ficar tentando compreender de "Por que comigo?". Afinal, as coisas acontecem com todo mundo o tempo todo.